5.3.09

Considerações...


Leitura: "A WebQuest: evolução e reflexo na formação e na investigação em Portugal"(pp. 299,305), de Ana Amélia Carvalho

As WebQuests (WQ), traduzidas para português como “Aventura na Web” pelos formadores do Centro de Competência Nónio Século XXI da Universidade de Évora (o primeiro a dar formação nesta área a nível nacional), desempenham o papel de uma ferramenta deveras importante e actual para os formadores e professores desenvolverem a sua actividade.
A sua criação, há cerca de uma década, constituiu uma oportunidade para os professores adaptarem os seus métodos e estratégias de ensino à realidade de uma sociedade “recentemente” muito enraizada numa cultura tecnológica. Desta forma, o seu uso, permite aos professores uma maior aproximação às competências dos seus alunos, aqui entendidos como “nativos digitais”( uma geração nascida e criada no seio de uma sociedade altamente marcada pelo uso e desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação).

Contudo, as WQ jamais deverão ser entendidas pelos educadores com o objectivo principal de permitir aos seus alunos desenvolverem e aplicarem as suas competências nesta área de desenvolvimento curricular, mas antes como um meio verdadeiramente capaz de promover a autonomia dos seus alunos no processo de aprendizagem tornando-os construtores do seu próprio conhecimento. Para que tal seja possível, os professores terão de ter em atenção alguns aspectos fundamentais na construção e aplicação das WQ.

No que concerne à aplicação, há que ter em linha de conta o momento e as matérias de estudo.
O momento deve ter em conta a disponibilidade e a preparação demonstrada pelos alunos para desenvolverem uma actividade deste tipo, que exige uma predisposição para trabalhar cooperativamente e a capacidade de desenvolver autonomamente uma actividade proposta. Além da responsabilidade que os professores têm de aferir destas condições, é igualmente fundamental criarem as condições necessárias para o desenvolvimento da actividade de modo que os alunos não a interpretem como algo de superficial relativamente ao processo de ensino-aprendizagem, isto porque, tratando-se de uma novidade (na maioria dos casos), haja por parte dos alunos a tendência de interpretar a actividade como uma “brincadeira” desprovida de influência efectiva na avaliação.
Relativamente às matérias em estudo, tal como refere March (1998), “ se um professor tem uma estratégia bem sucedida para abordar determinado conteúdo, deve mantê-la”. É preciso ter em atenção quais os conteúdos que melhor se adaptam às WQ, podendo estas serem usadas na introdução de novas matérias, já que uma das características principais desta ferramenta ser a curiosidade que desperta nos alunos.

No que respeita à construção, é importante o professor possuir os conhecimentos mínimos sobre a estrutura de uma WQ, de modo a permitir que os alunos a interpretem e percebam facilmente os conteúdos e os objectivos nela contidos, quais os critérios de avaliação para o resultado produzido, seja de fácil navegação e visualmente legível e estimulante, e usando um vocabulário atraente e explícito para a faixa etária a que se destina (assim como o nível de complexidade da tarefa proposta). Mas é sobretudo ao nível da tarefa proposta que o professor deve centrar a sua atenção.

Esta deve ser estimulante e motivadora (próxima da realidade quotidiana do aluno), exigindo uma participação activa do aluno. As WQ que limitam a tarefa do aluno a um mero processo mecânico de copiar e colar informação a partir dos recursos (sites) disponibilizados não promovem o desenvolvimento cognitivo dos alunos. É imperativo que a tarefa proposta apele ao raciocínio crítico e analítico do aluno, bem como à sua criatividade, tornando as aprendizagens verdadeiramente significativas.

Sendo um recurso extremamente actual para os professores, e educadores, desenvolverem a sua actividade, permitindo motivar e desenvolver a autonomia dos seus alunos, as WQ assumem também um papel importante na formação e desenvolvimento profissional dos professores. Permite-lhes exercer uma actualização constante relativamente às suas áreas de intervenção por via de uma pesquisa constante aquando do processo de elaboração destas “Aventuras na Web” para os seus alunos.

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